quarta-feira, 25 de outubro de 2006

Under a diet - Again!

De volta à dieta, pois o verão está aí e eu quero estar gostosa (hehehehe). Com isso, voltam os incômodos, as privaçõese nada de chocolates!! Será que eu sobrevivo???
Ontem foi um dia especial.. foram seis meses que eu estou namorando o Rô.. e nada melhor do que este soneto, clichê, para retratar a importância deste dia.. falando em frases clichês.. ainda bem que elas existem!!!!

Soneto do Amor total
Amo-te tanto, meu amor...
não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
(Vinícius de Moraes)

terça-feira, 17 de outubro de 2006

Não há mais metafísica no mundo senão chocolates.


Para não saturar o blog com Leoni, vamos ao outro mestre, Fernando Pessoa.. Em homenagem ao meu fds maravilhoso em Arraial do Cabo e a festa portgesa em Cabo Frio..

TABACARIA

Não sou nada.Nunca serei nada.Não posso querer ser nada.À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é(E se soubessem quem é, o que saberiam?),Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,E não tivesse mais irmandade com as coisasSenão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da ruaA fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitadaDe dentro da minha cabeça,E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.Estou hoje dividido entre a lealdade que devoÀ Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
Falhei em tudo.Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.A aprendizagem que me deram,Desci dela pela janela das traseiras da casa.Fui até ao campo com grandes propósitos.Mas lá encontrei só ervas e árvores,E quando havia gente era igual à outra.Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?
Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!Gênio? Neste momentoCem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu,E a história não marcará, quem sabe?, nem um,Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.Não, não creio em mim.Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?Não, nem em mim...Em quantas mansardas e não-mansardas do mundoNão estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando?Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,E quem sabe se realizáveis,Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?O mundo é para quem nasce para o conquistarE não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,Ainda que não more nela;Serei sempre o que não nasceu para isso;Serei sempre só o que tinha qualidades;Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,E ouviu a voz de Deus num poço tapado.Crer em mim? Não, nem em nada.Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardenteO seu sol, a sua chava, o vento que me acha o cabelo,E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.Escravos cardíacos das estrelas,Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;Mas acordamos e ele é opaco,Levantamo-nos e ele é alheio,Saímos de casa e ele é a terra inteira,Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.
(Come chocolates, pequena;Come chocolates!Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.Come, pequena suja, come!Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)
Mas ao menos fica da amargura do que nunca sereiA caligrafia rápida destes versos,Pórtico partido para o Impossível.Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,Nobre ao menos no gesto largo com que atiroA roupa suja que sou, em rol, pra o decurso das coisas,E fico em casa sem camisa.
(Tu que consolas, que não existes e por isso consolas,Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!Meu coração é um balde despejado.Como os que invocam espíritos invocam espíritos invocoA mim mesmo e não encontro nada.Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,Vejo os cães que também existem,E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)
Vivi, estudei, amei e até cri,E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o raboE que é rabo para aquém do lagarto remexidamente
Fiz de mim o que não soubeE o que podia fazer de mim não o fiz.O dominó que vesti era errado.Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.Quando quis tirar a máscara,Estava pegada à cara.Quando a tirei e me vi ao espelho,Já tinha envelhecido.Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.Deitei fora a máscara e dormi no vestiárioComo um cão tolerado pela gerênciaPor ser inofensivoE vou escrever esta história para provar que sou sublime.
Essência musical dos meus versos inúteis,Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse,E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,Calcando aos pés a consciência de estar existindo,Como um tapete em que um bêbado tropeçaOu um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.
Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.Olho-o com o deconforto da cabeça mal voltadaE com o desconforto da alma mal-entendendo.Ele morrerá e eu morrerei.Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos.A certa altura morrerá a tabuleta também, os versos também.Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,E a língua em que foram escritos os versos.Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como genteContinuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,
Sempre uma coisa defronte da outra,Sempre uma coisa tão inútil como a outra,Sempre o impossível tão estúpido como o real,Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.
Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.Semiergo-me enérgico, convencido, humano,E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.
Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-losE saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.Sigo o fumo como uma rota própria,E gozo, num momento sensitivo e competente,A libertação de todas as especulaçõesE a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.
Depois deito-me para trás na cadeiraE continuo fumando.Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.
(Se eu casasse com a filha da minha lavadeiraTalvez fosse feliz.)Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica.(O Dono da Tabacaria chegou à porta.)Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universoReconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.
Álvaro de Campos, 15-1-1928

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Mais Leoni..

Voltando de viagem, ainda com coisas espalhadas pela casa e sentimentos batendo contra o peito, ouvindo o cd novo do Leoni que me amigo Fagner me mandou.. Tudo de bom! quando penso que ele (Leoni) já escreveu tudo que podia de perfeito, ele vem e me surpreende.. A cada música nova, mais uma identificação..
Quando abri o blog pra escrever este post, ía postar uma letra, Soneto do teu corpo e dedicar ao Rô.. mas a música seguinte me encantou e mexeu, bastante!, comigo.. Então o post tomo outro rumo, outro tom.. Confesso qe um tom mais triste, magoado, melancólico... mas intenso e dolorido.. Por que será qe as pessoas nos magoam tanto? E não me refiro aos desafetos, aos inimigos declarados, aos opositores, competidores.. falo de pessoas próximas, que deveriam nos acalentar e não apunhalar.. falo de pessoa que deveríamos amar, confraternizar, sem mágoas, sem rancor..
A casa da montanha fala justamente disso.. A gente constrói uma casa na montanha, crente que lá estará protegido contra os maes e dores do mundo.. quando percebe qe se trancou com o inimigo.. justo quem vc menos espera.. e que vai o resto da vida em nossas vidas..

Dói dizer que não fazes mais parte da minha vida e perceber que eu, da sua, sou passado.. Que trocaste tdo por um castelo de cartas.. espero que a vida não te sopres.. um dia me conhecerá de verdade e verás o quanto foste injusta e cruel.. Até lá, com o coração em pedaços, sigo a minha vida, com minha família, meu lar e meus amigos.. Amo-te, mas dói pensar nisso.. Odeio-te, por meros segundos, suficiente pra acabar com meu dia..

Depois do desabafo, fiquem com Leoni, A casa da montanha... e ouçam o cd todo.. é tudo!!!

Eu fiz bem lá no alto da montanha
Mais alta, mais distante das cidades
A casa-esconderijo das saudades.
Pensei: nenhum problema mais me alcança.
Nem cartas, nem notícias, nem desgraças,
Nem dívidas, nem falsas amizades
Vão ter nem ousadia, nem vontade
De vir me ver. já nada me ameaça.
Mas, eu só percebi quando era tarde
Depois que eu acionei os meus alarmes,
Depois de por a tranca no portão,
Que eu me tranquei sozinho com o inimigo
Que vai passar a vida aqui comigo
Vivendo do meu medo e solidão.

quarta-feira, 11 de outubro de 2006

Leoni, sempre!

Mais uma vez, leoni. Que poder teriam suas letras de me fazerem repensar e analisar minha vida? que magia é esta, maravilhosa e envolvente existente em suas melodias??
Procurando no mulinha alguma coisa nova, uma vez que ele está lançando show novo, achei essa música com os Heróis da resistência.. Incapacidade de Amar.. Será que alguém é mesmo incapaz, totalmente incapaz de amar?? Eu se que eu não.. Só faltava achar a pessoa certa.. e eu achei o Rô.. e agora me descubro capaz de amar uma criaturinha linda, pequenina, canina que me ganhou em cinco minutos.. Apolo, meu filho, meu`cão, meu companheiro, meu amorzinho..
Deixo com vocês, a letra desta descoberta..

Leoni
Incapacidade de Amar
Vai embora, não
Fica mais
Homem nenhum do mundo
Vai te dar tanto carinho
Homem nenhum, nem mulher, nem pai, nem mãe
Homem nenhum
Vai aturar a tua loucura
A tua cabaça dura
Que só eu sei tem cura
Que só eu mesmo pra desculpar
Por tanta incapacidade de amar
A mim e a você
Pensa bem
Homem nenhum do mundo vai ter tanta paciência
Homem nenhum, nem pai, nem mãe
Nem a ciência
Vê se entende
Pára e pensa
Outra pessoa pode
Tirar você do bode
Mas só eu mesmo pra desculpar
Por tanta incapacidade de amar

domingo, 1 de outubro de 2006

Apolo


Apolo (gr. Απόλλων) é um deus na mitologia grega (Febo na mitologia romana), filho de Zeus e Leto, e irmão gémeo de Artemis (deusa da caça). Numa época mais tardia foi identificado com Hélios, deus do sol, pois era, antes, o deus da luz, e, por arrastamento, a sua irmã foi identificada com Selene, deusa da lua. Mais tarde ainda, foi conhecido primordialmente como uma divindade solar. Na mitologia etrusca, foi conhecido como Aplu. Ao seu nome acrescenta-se, por vezes, epítetos relacionados com os locais onde era venerado, como o título de "Abeu" (de "Abas"), como era conhecido em Chipre.
Mas o seu culto estendia-se muito para além do culto solar. Apolo é também o deus da cura e das doenças, pai de Asclépio, ou Esculápio, venerado junto com este em grandes templos-hospitais, onde se curavam várias doenças, sobretudo através do sono. É ainda o deus da profecia. Inúmeros oráculos eram-lhe atribuídos, sendo o mais famoso e Oráculo de Delfos, o mais importante de toda a antiguidade que era visitado por inúmeros visitantes, alguns dos quais nem eram gregos. Como deus da música Apolo era representado tocando a sua lira, e é o líder das Musas.
Zeus, seu pai, presenteou-o com arco e flechas de ouro, além de uma lira do mesmo material (sua irmã Ártemis ganhou os mesmos presentes, porém de prata). Todos eram obra de Hefesto, o Deus do fogo e das forjas. - Algumas versões dizem que Apolo ganhou a lira como um presente de Hermes.
Finalmente, Apolo é o deus dos jovens rapazes, ajudando na transição para a idade adulta. Assim, ele é sempre representado como um jovem, frequentemente nu, para simbolizar a pureza e a perfeição, já que ele é também o deus destes dois atributos.
A árvore mais sagrada para Apolo é o loureiro. Crê-se que alguns sacerdotes mastigavam loureiro para dizerem as profecias, outros usavam ramos de loureiro para salpicar o templo na purificação, ou para purificar a água com o fogo. As coroas de louro eram muitas vezes oferecidas a alguém que tinha conseguido algo extraordinário, superando-se a si mesmo, na procura da arete, o ideal grego simbolizado por este jovem deus.
Apolo participa em diversos mitos, incluindo a famosa Guerra de Tróia, onde está do lado dos troianos, dizimando os aqueus com praga quando estes ofendem o seu sacerdote troiano, e acabando por matar Aquiles. A maioria dos mitos que dizem respeito a Apolo falam dos seus inúmeros amores, sendo os mais famosos Dafne, uma ninfa que foi transformada em loureiro (daí a sacralidade da árvore para Apolo), Jacinto, que se transformou na flor com o mesmo nome, e Ciparisso, o qual se transformou em Cipreste. Nestes mitos amorosos, Apolo nunca tem sorte, e existe um mito que conta que isto se deve ao facto de ele se gabar de ser o melhor arqueiro entre os deuses, o que faz com que Eros, deus do amor, sinta inveja.

Fonte: Wikipédia