sexta-feira, 16 de novembro de 2012

BP

Hj bateu a saudade, essa doce visitante de vira e mexe aporta aqui.. Saudades de ti.. saudades de mim.. saudades de sonhar acordada, de risadas por nada, de debates sobre qualquer coisa, sem termos que chegar a conclusão alguma. Tudo agora agora parece distante, as imagens cada vez mais desfocadas,.. aos poucos as lembranças vão perdendo um pouco do calor, do brilho, da intensidade.. Não pode! Rosas sempre serão rosas, e sempre me lembrarão você..
Onde estás que não responde? Cadê o acaso para me fazer te encontrar pela Lapa? Não sei, mas também não tenho ido muito a Lapa.. A vida seguiu, continuou, modificou.. Imagino-te de mil maneiras, busco-te pelas redes sociais em mil combinações.. e só encontro fragmentos de lembranças, de cheiros, de cores, do sons, de momentos, de risos, de carinho.. fragmentos de tudo que fomos, espalhados por aí.. hoje foi no clipe do Lenny Kravitz.. Lenny Kravitz me lembra vc! Vir aqui me lembra você..
Foi preciso só um descuido, uma distração e pronto! Lá veio esta saudade invadir-me mais uma vez..
Queria seu abraço mais uma vez ou apenas a certeza de que estás bem.. ou um sorriso de longe.. uma rosa, apenas!

"All of my life
Where have you been
I wonder if I'll ever see you again.."

http://www.youtube.com/watch?v=eW2qlKa6oHw

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Hoje eu estou meio Clarice..


Sou o que se chama de pessoa impulsiva. Como descrever? Acho que assim: vem-me uma idéia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente, o que prova que não se trata de intuição, mas de simples infantilidade. Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. Há um perigo: se reflito demais, deixo de agir. E muitas vezes prova-se depois que eu deveria ter agido. Estou num impasse. Quero melhorar e não sei como. Sob o impacto de um impulso, já fiz bem a algumas pessoas. E, às vezes, ter sido impulsiva me machuca muito. E mais: Nem sempre os meus impulsos são de boa origem. Vêm, por exemplo, da cólera. Essa cólera às vezes deveria ser desprezada; outras, como me disse uma amiga a meu respeito, são: cólera sagrada. Às vezes minha bondade é fraqueza, às vezes ela é benéfica a alguém ou a mim mesma. Às vezes restringir o impulso me anula e me deprime, às vezes restringi-lo dá-me uma sensação de força interna. Que farei então? Deverei continuar a acertar e aerrar, aceitando os resultados resignadamente? Ou devo lutar e tornar-me uma pessoa mais adulta? E também tenho medo de tornar-me adulta demais: eu perderia um dos prazeres do que é um jogo infantil, do que tantas vezes é uma alegria pura. Vou pensar no assunto. E certamente o resultado ainda virá sob a forma de um impulso. Não sou madura bastante ainda. Ou nunca serei.
(Clarice Lispector)

terça-feira, 29 de maio de 2012

Dual..


Hoje eu tô assim, dual! Vítima da sensibilidade e refém da impulsividade que em mim habitam. E lembrei-me deste texto da amada Celete, escritora, amiga e mestra! Ele expressa meu estado de espírito hoje.. Talvez um dia eu consiga ser indiferente às mazelas humanas, mas hoje está doendo..

Dual

Sou do tipo de pessoa que sofre, se envolve, se culpa, sente remorso pelas mínimas coisas. Uns dizem que éfrescura, outros, sensibilidade. como sou um pouco romântica, prefiro acreditar que sou sensível.
Mas como dói esta sensibilidade, arde nas veias, no peito, na mente, a cada palavra não compreendida, a cada gesto sufocado, a cada olhar não correspondido, a cada sonho desfeito, acada missão cumprida, a cada carência não suprida.
Ser sensível é se ferir a todo momento na palavra dita na hora errada, no sorriso de desdém, no descaso, no malamar, na ternura não encontrada; é sofrer muito, é chorar pelas pequenas coisas e não ligar para as consideradas ( pelos outros) grandes.
Ser sensível é falar pouco, é sentir muito, é ficar morto de felicidade ao descobrir que há alguém capaz de nos entender e começar a sofrer desesperadamente, a partir desse momento, com medo de perder este alguém.
Ser sensível é ficar sem palavras quando nos agridem, para depois calmamente ironizar, ofender até talvez com-sem intenção e ficar mais magoado e sofrido que o atingido.
Ser sensível é ser empático, é sentir a dor, a vergonha, a ânsia do outro e sofrer por ele e com ele.
Não... a sensibilidade não é algo ruim. Tem o seu preço, só isso. Eu não gotaria jamais de deixar de ser sensível.
Sofro, sofro sim, sofro muito, sorvo cada gota da minha amargura, do meu desespero. Exercito assim meus sentimentos, a minha capacidade de sentir, para que nos momentos de felicidade eu também a sorva até a última partícula e me entregue inteira à alegria. Sim, ser sensível é também se alegrar, é ficar feliz com os detalhes, com quases.
Ser sensível é não saber esprimir a sensação inebriante da brisa roçando o rosto, é correr pela praia deserta e sentir a paz da solidão.
Ser sensível é ficar horas de mãos dadas sentindo o outro fluir em nós num êxtase puro e limpo.
Ser sensível é sentir uma alegria indefinível ao olhar uma revoada de pássaros; é cantar com ternura uma cantiga de ninar ao imaginas nos braços o filho sonhando e é viver e sorrir no sonho.
Ser sensível é acreditar na sensibilidade do outro sabendo-o quase impossível.
Ser sensível é ter fé no quase e ignorar o impossível.


Maria Celeste Rodrigues

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Soundtrack

Alguns hábitos são difíceis de apagar.. E quando o coração cala, a música fala.. Um dia eu aprendo.. ou não!