quinta-feira, 25 de março de 2010

Vinte e sete..

Semana passada foi meu aniversário. A vida tá tão corrida que nem deu para vir postar alguma coisa.. Como todos os anos, gosto de estar com as pessoas que eu gosto. Este ano teve a estreia de um personagem principal nesta festa: o Dani! Comemorei meu dia namorando no escurinho cinema, passeando pelo BPS, tomando um capuccino na Starbucks (ao som de Por uma cabeza!) e terminando a noite no sofá da sala, matando a saudade de um amigo querido no telefone. Isso sem contar os torpedos e mensagens no Orkut.. Simplesmente perfeito!

Na sexta foi a vez de amigos queridos e mommy virem aqui pra casa. Meus amigos, afilhados, dindo, cumadre.. é tanto título para definir este casal sensacional que eu amo demais: Biel e Carol! Rimos da vida, dos outros e de nós mesmos.. Sábado foi a comemoração oficial no Buxixo.. Teve momento família, presença de amigos de infância, das surpresas, dos improváveis, das piadas internas e sorrisos sem graça, de pessoal sem noção.. claro que a sem noção mor fui eu, que acabei esquecendo a bolsa no carro do amigo e fiquei desesperada sem meus documentos, carteira, celular até o dia seguinte. Domingo fechei com chave de ouro, sem maiores comentários.

Resumindo, meus aniversários são sempre assim: risos, bolo, brigadeiro, amigos, momentos inesquecíveis, surpresas e cenas inesperadas, presentes. Nem sempre o melhor presente é material. Pode ser uma palavra, um gesto, um momento, uma foto, um sorriso, uma sensação. Foi uma delícia ficar mais velha assim.. hehehehe

segunda-feira, 1 de março de 2010

Dualidade

Semana passada estava pensando neste texto e hoje, ao revirar meus backups a procura de um arquivo, com quem me deparo? O próprio! É um texto de 1981, da Celeste, amiga querida, que foi minha professora e é escritora..
Espero que vcs o curtam tanto quanto eu!

Dual

Sou do tipo de pessoa que sofre, se envolve, se culpa, sente remorso pelas mínimas coisas. Uns dizem que éfrescura, outros, sensibilidade. como sou um pouco romântica, prefiro acreditar que sou sensível.
Mas como dói esta sensibilidade, arde nas veias, no peito, na mente, a cada palavra não compreendida, a cada gesto sufocado, a cada olhar não correspondido, a cada sonho desfeito, acada missão cumprida, a cada carência não suprida.
Ser sensível é se ferir a todo momento na palavra dita na hora errada, no sorriso de desdém, no descaso, no malamar, na ternura não encontrada; é sofrer muito, é chorar pelas pequenas coisas e não ligar para as consideradas ( pelos outros) grandes.
Ser sensível é falar pouco, é sentir muito, é ficar morto de felicidade ao descobrir que há alguém capaz de nos entender e começar a sofrer desesperadamente, a partir desse momento, com medo de perder este alguém.
Ser sensível é ficar sem palavras quando nos agridem, para depois calmamente ironizar, ofender até talvez com-sem intenção e ficar mais magoado e sofrido que o atingido.
Ser sensível é ser empático, é sentir a dor, a vergonha, a ânsia do outro e sofrer por ele e com ele.
Não... a sensibilidade não é algo ruim. Tem o seu preço, só isso. Eu não gotaria jamais de deixar de ser sensível.
Sofro, sofro sim, sofro muito, sorvo cada gota da minha amargura, do meu desespero. Exercito assim meus sentimentos, a minha capacidade de sentir, para que nos momentos de felicidade eu também a sorva até a última partícula e me entregue inteira à alegria. Sim, ser sensível é também se alegrar, é ficar feliz com os detalhes, com quases.
Ser sensível é não saber esprimir a sensação inebriante da brisa roçando o rosto, é correr pela praia deserta e sentir a paz da solidão.
Ser sensível é ficar horas de mãos dadas sentindo o outro fluir em nós num êxtase puro e limpo.
Ser sensível é sentir uma alegria indefinível ao olhar uma revoada de pássaros; é cantar com ternura uma cantiga de ninar ao imaginas nos braços o filho sonhando e é viver e sorrir no sonho.
Ser sensível é acreditar na sensibilidade do outro sabendo-o quase impossível.
Ser sensível é ter fé no quase e ignorar o impossível.


Maria Celeste Rodrigues